Na sede que passo, nesta fome de ti, nem sei que faço…., porque sinto o passo dormente, fraco de correr pelo teu regaço.
Na ânsia de te ver, te encontrar, lanço meu olhar, num acto tolo, como querendo trespassar o opaco das paredes que me encerram… como eu gostava “viajar”, ir num e vir noutro passo…. mas não posso, eu não posso!!!.
Sentir a tua pessoa, eu me esforço, e te digo quase faço. Não sei bem de que falo, não sei do que penso, mas que te sinto, sinto!.
Sentir teu cheiro, o teu perfume, o teu sorriso… oh!. Ventura, oh!. Sofrimento, que fazes? Por onde andas?.... e eu aqui num lamento!!!. Vem, corre, aproveita este rio de água fresca… sacia-te na sua frescura, e já agora aproveita, traz para mim um pouco de tua brandura.
És o meu rio, de torrentes velozes, mais parecendo ter pressa de desaguar no mar…, mas repara, porque corres tanto, se de água já o mar está cheio?
Deixa estar, segura teu ímpeto, não tenhas pressa, porque a distância até à foz deste rio de água fresca, é ainda grande, e muitos estreitos rápidos tens que enfrentar, quedas, penhascos, precipícios…, mas eu sei, que mesmo depois de tudo acontecer, de tanto correres vais acalmar.
Ouço o teu rufar, como água passando veloz na garganta, talvez a sede de te beber não deixe eu pensar, que talvez lute….mas acabe por perder!.
Sabes, és o meu rio de água fresca, costumo lá andar, e me deleitar, sentir o teu borbulhar, numa agitação frenética, quase louca, mas sempre no leito do teu regaço… é com essa água que a sede mato.
Esta sede, que me greta os lábios, me turva a visão, me enche de secura o coração….faz de mim um ser em contracção, redução de massa muscular…, mas como queria eu te beijar, molhar meus lábios, refrescar minha fronte, sentir o doce sabor do fresco do teu abraço.
Não corras, não vás de encontro ao penhasco, deixa o tempo ajudar… afinal eu estou a lutar, mas confesso, sinto-me esgotar, e talvez deixar-me embalar na velocidade de tanto querer amar.
És o meu rio de água fresca, no qual encontro a criação Divina, na transparência de tuas águas cristalinas, quais borbulhas gasosas que teimosamente teimam em subir ao céu. Tanto borbulhas…. desculpa, tantas borbulhas queria eu dizer, essa água deixa libertar, talvez seja vida, seja amor a querer chorar….
Deixa que eu beba, deixa que me “afogue” neste mar, neste rio, neste borbulhar, deixa que a sede morra, deixa a fome de ti passar, és o meu rio de água fresca, onde me quero banhar.
Quando te observo, quando a face na água te vejo, no meio daquela correnteza louca, porque tens pressa de desaguar? E logo no mar, onde há água até fartar….
Oh! Meu rio de água fresca, que corres apressado, se calhar tens razão, a vida são dois dias e não é que este vai na conta!!!. Abranda a correnteza, deixa meus lábios refrescar, sentir teu corpo querer beijar… me mata a sede!!!.
Sabes, Beatriz, que neste rio de água fresca te banhas, eu te espero lá na foz onde desagua teu leito caudaloso, talvez lá, possa te segurar, prender amar, abraçar, e assim impedir de com as minhas lágrimas teu rio engrossar.
Te amo Beatriz, de águas frescas…..eu te bebo, me sacio, e deleito, na tua correnteza, eu espreito no meio de tanto borbulhar, procuro tua face, teu olhar, teu sorriso e me deixar amar, oh! Beatriz.
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1 comentário:
Linda música,que se encaixa perfeitamente ao texto.Parabéns!Um Rio de Água fresca não oferece riscos;mergulhe...e se deleite na correnteza.MOrrer afogado nem pensar...
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