
Nas "colinas" do teu alvorecer, pela manhã, onde o sol tarde a nascer, a bruma fresca e húmida, "beija" minha pele.
Caminho sem pressa, vencendo os doces declives, pisando a areia mole, onde meus pés se enterram como querendo prender-me. Aqui e ali, encontro pedaços de ti, num rasto sem fim, como que sumiste.
Onde estás Beatriz?
Carrego a fraqueza, a sede de muito andar e não me saciar.... mas te hei-de encontrar, não duvides, não estás perdida.
Nestas "colinas", onde a sombra se confunde com o dia, o alvorecer está para acontecer, mas eu não queria.... gosto do amanhecer.
Quando caminho, de olhos no horizonte, busco um vulto, uma turfa que me aconchegue, mas tu não estás.... onde estás Beatriz?.
A visão cansada, os músculos estirados num esforço titânico, teimosamente empurram meu corpo para a frente, semi-inclinado, te procuro nestas "colinas" onde me perco.... onde estás Beatriz?
Há como queria descansar, desta caminha sem fim, mas quando te encontrar, vou recuperar as minhas energias, o meu sentido de ti em mim.
Teu colo, teu regaço procuro nestas "colinas" onde me perco, mas não te encontro....!!!.
Sinto teu cheiro, teu aroma de rosa fresca acabada de colher, sigo o trilho que tanto procuras esconder.... mas te busco, porque o amor não disfarça, deixa no ar o doce aroma do querer.
Estas "colinas" que abraço, de areias douradas e lisas, me provocam um cansaço que só à força de tanto querer, me esforço por vencer. Há!!!...., Beatriz, onde estás?
Por acaso te evaporaste? No meio a este calor sentido, num amor sofrido, numa dor de saudade, imenso corropio?
Aqui e ali, vejo sinais de ti, andas perto, mas não te vislumbro, mas sinto o aperto de uma batida que me sufoca o coração, e me faz olhar fundo, num desespero tolo de ver para além do mundo.
Onde estas? Sinto, pressinto.....
Por vezes ando para trás, para retomar o rumo, porque de tanto errar, me perco nestas "colinas" onde tu estás. Mas continuo!!!.
Uma paixão aqui, um abraço ali, não deves estar longe, porque de tanto amor carregares, o vais deixando cair pelo caminho na tua fuga insensata. Te encontrarei, te amarei.
Sigo o trilho, as "colinas" não me vencem, encontro um beijo perdido, há.....!!!, também uma lágrima.... poxa, deves estar perto!!!.
O sol, espreita, pressinto que atendeu meu pedido, está a nascer mais lento, pois me quer dar tempo de te encontrar...sinto a humidade no rosto, os pés, massajados pelo andar.
O vento zurze minha cabeça, parece segredar, "....estás perto, não deves parar!!!".
Tonto, errático, mas determinado, eu aponto o destino..... para lá daquela "colina" que parece " já ali!!!...", não vou parar!.
Carrego "teus" pertencentes que vou encontrando,que foste deixando cair na tua "fuga" tola, quero te devolver, mal te encontre..... desde beijos perdidos, abraços, paixões, e essencialmente muitas lágrimas carrego, que descuidada deixas-te para trás... há!..., também tenho muitas palavras que me deixas-te, que me sobrecarregam meu andar, mas tudo te farei chegar.
Terá sido de propósito que as deixas-te para trás? O teu medo de te não encontrares, e as amarras que te colocaram, te assustam o teu caminhar, te fazem fugir do que não deves.
Onde estás Beatriz?!.
O sol está mais alto, o caminhar mais lento, as sombras já eram, nestas tuas "colinas" de desalento. Mas eu continuo por elas adentro.
Não posso descansar, antes que o sol vá alto, já que não quero soçobrar, ao esforço e desgosto de te não encontrar nestas "colinas" onde me perdi e te encontro.
Onde estás Beatriz?!.
Oh! formosura, disfarçada de humildade, de incontida vontade de amar, do terror de aceitar, a força Divina..., de que foges, para onde foges, de que te escondes? Não será uma tolice, esconder-te nas "colinas" do desespero?
Não há sombra, nem caverna por perto, tuas "colinas" são fartas de afecto. Aconchega-te, aguarda, eu estou por perto!!!.
Onde estás Beatriz?!. Que te pressinto o aroma, e o afecto.... e eu tão perto!!!.
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