
Na madrugada de 24 para 25 Abril de 2009, fui vitima de furto de meu automóvel, eram sensivelmente 2,3o da manhã.
Fiquei gélido de pavor, quando tomei conhecimento deste facto horrivel. O pavor, desconforto, e porque não a raiva, se apoderaram de mim. O pânico foi total, tenho a consciência desse facto, não resisti a tamanha desventura.
Não vou cansarvos com pormenores, mas posso dizer-vos que foi uma noite em claro, na busca do que me pertence.
Na mala de meu carro estavam todos os meus haveres de afectos, e não só, entre elas o meu portatil, onde guardo informação preciosa irrepetivel, como por exemplo fotos, entre outras coisas. Em termos materiais avalio em 2500 €uros o valor do que ali estava, mas o mais importante seria a perda de informação que nunca mais eu poderia reaver.
Meu irmão diligente, me ajudou muito, e no carro dele, fiz buscas em toda a cidade.
Eu, em estado de choque, de transe, de até diria... histeria, não queria entender a barbárie de que estava a ser vitima.
Desde as 2,30 da manhã até as 4,30, sempre em choro de desespero, falei com Deus, Lhe pedi o seu auxilio, para que não permitisse tamanha barbárie. Falei, "ralhei" com Ele porque não me protegeu.
Tornei-me obsessivo, e teimei em falar com Deus, sempre Lhe rogando, suplicando um milagre de encontrar meus haveres sem serem tocados por ladroes de circunstancia que logo trocam tudo por meia dúzia de euros para snifarem ou injectarem droga.
Falei, falei... supliquei, chamei por Deus.... e parecia não ser escutado.
A opinião era unânime, eu poderia reaver meu carro no dia seguinte, mas..... dos haveres, nem pensar, seria caso perdido. Esta opinião, era geral, e muito forte, pois se apoia em factos reais, tristemente celebres, e de todos os dias.
No meio daquele desespero, eu falava continuamente com Deus, lhe suplicando ajuda, e não demorei a fazer um pedido especial a Deus...., e Lhe disse.... "Oh! Deus, tenho a consciência de que sou pecador, que sou fraco, talvez não merecedor de Tua atenção, mas atende-me, nem que seja pelas coisas guardadas no meu portátil, que não dizem só respeito a mim, mas a pessoas que te temem, e por isso, te suplico, ajuda-me, dá-me o caminho até ao meu carro, não permitas que me destruam o amor, o afecto, que tem naquele aparelho, esta lá tudo da minha vida.... Te peço, ajuda-me, não permitas que eu seja destruído, ajuda-me.... e olha Deus, se eu encontrar meu carro e haveres intactos, prometo, prometo ir a pé a Fátima como paga da Tua ajuda.... prometo, prometo.. juro, juro, juro.....( a cada palavra, eu batia com o pé no chão, em tom afirmativo)". Fiz esta prece, num tom forte, sentido e de profunda comoção, sinceridade, com muita fé e profundamente convicto da ajuda de Deus.
Eram 4,30, e minha queixa na policia estava quase pronta, quando entra um agente que vem de serviço externo, e se inteira do que eu relatava.
Foi-me dito....." Olhe, tem uma chance de encontrar seu carro, mas não se convença de encontrar os seus haveres, porque isso é caso perdido.....mas, lhe digo, procure pela zona do Montes dos Burgos (zona extensa, dormitório da cidade do Porto, seguramente com uma extensao de uma pequena cidade, enorme por isso....), porque por vezes as viaturas roubadas são lá depositadas.".
Não quis esperar mais, saí de imediato com meu irmão em direcção ao Monte dos Burgos, serão 4,45 da manhã.
Quero dizer-vos, e aqui reside a minha certeza da existência de Deus....não houve casualidade, porque eu sei, e conheço a zona, porque é extensa e complexa. Saí da esquadra, e demorei 20 minutos chegar ao Monte do Burgos, e sem hesitação, sem duvida, sem voltas perdidas, qualquer investigação ou hesitação, caminhei na direçao que meu coração determinava, e bastou-me mais ou menos 1000 metros de caminhada, para directo, sem hesitações encontrar meu carro.
Dirão os meus leitores.....Casualidade, coincidência, sorte, acaso..... não!, não!, não!.
Passei por alguns lugares de estacionamento e não vi meu carro, e muito depois de ter passado uma zona habitacional, entrei numa área descampada, sem habitações, onde nada existe a não ser arbustos, e aí tive um sobressalto, como que algo que me dizia...." vai ver, não avances....".
Pedi a meu irmão que parasse, ao que ele estupefacto me retorquiu...."aqui.....neste descampado?!!!"
Eu respondi: Sim, aqui, deixa-me ir ver esta zona....!!!.
Digo-vos, caminhei 50 metros, e para meu espanto, numa ravina lateral, abaixo do nível da estrada, encoberto por arvoredo....ali estava o meu carro, estacionado muito escondido.
Temi chegar-me a ele, e a medo verifiquei que tudo estava intacto. Tudo!!!.
O ladrão, optou por esconder o carro, temendo transportar de madrugada muitas pastas e coisas que dariam nas vistas, e de manhã fazer o seu "negócio", só que eu cheguei mais rápido, e pela Mão de Deus, poderia eu dizer que "roubei" o prórpio ladrão, ja que recuperei a minha viatura em 3,5 horas numa vasta cidade como o grande Porto.
Acho que esta descoberta, tão rápida, e tão directa do meu carro, tendo em conta o local, e a forma como se encontrava, e ainda o facto de eu ter caminhado por assim dizer directo, sem hesitações na direcção dele, numa vasta zona, de arruamentos complexos, a modos como que sabendo à priori" onde ele estava, foi um milagre, uma vontade divina, a mão de Deus nos meus passos.
Eu não tinha nenhuma razão aparente para ter parado ali, e fazer a busca, seria o último lugar do mundo onde eu iria procurar meu carro, de certeza que sim!.
Meu irmão não encontra explicação para aquela descoberta naquele local, mas eu sei a razão.....
Deus me deu a mão, me falou, me tocou, e me levou ate ao que eu mais queria..... o amor contido naquele portátil.
A este Deus amigo, que me escutou..... eu chamo.... DEUS DO CAMINHO!.
Obrigado Deus, pelo milagre que operaste em mim, não sou digno da Tua atenção, mas mesmo assim vieste em meu auxilio..... obrigado Deus, obrigado!!!!
Em Outubro de 2009, cumprirei a minha promessa, que sei ser a razão desta ajuda Divina, e irei a pé a do Porto a Fátima, numa extensão de aproximadamente 250 km, serão 7 dias de caminhada.
Eu vou, e irei sentir mais uma vez a grandeza, a misericórdia de Deus, que mesmo quando não somos merecedores, nos auxilia, tal como um pai, que nunca deixa de dar colo a seus filhos.
Ámen!.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário