A fuga, correr desesperadamente, o importante é desaparecer, é fugir!!!.
Fugir…. cobardia?, coragem?, adiamento? Penso que nenhumas destas três palavras descrevem o movimento de … FUGIR!
Fugimos, por medo…
Fugimos, para evitar….
Fugimos, para adiar,
Fugimos, porque não temos nada ainda que dizer, ou fazer… simplesmente Fugimos!.
Fugimos de tudo, das sombras, do escuro, dos buracos, das brigas, dos problemas, da luz quando é intensa, …fugimos de tudo mesmo.
A fuga pode ser física, ou seja levar o nosso corpo rapidamente de um lugar para o outro, salvaguardando a sua saúde física, pelo menos pensamos.
A fuga, é o escamotear de um problema, de um acidente físico ou verbal…. Fugimos, e as vezes nem sabemos bem porquê?
Fugimos a tudo aquilo que nos pode provocar incomodo, mas sabemos que fugir é adiar, é varrer para debaixo do tapete.
A fuga, pode ser mental, psicológica, e ainda será mais tortuosa, mais dolorosa, porque continuamos ali, no sitio, não nos mudamos fisicamente de local, mas fugimos.
Não enfrentar um problema, não olhar de frente…, diz-se “ Estás a fugir à questão!!!”.
Não será um acto de cobardia quando encetamos uma fuga, seja ela de movimento físico, ou de escusa mental….., nem tão pouco um acto de coragem….é querer deixar para depois.
Será adiamento? Acho também que não. Adiar o quê? O assunto, o problema de que fugimos está presente, não desgruda, vai com nós até onde nós estivermos, e sempre nos questionará…. Porque fugi?
Enfrentar a razão da fuga, lidar com os aspectos psicológicos que levam a uma fuga, é talvez o melhor. Enquadrar o problema, debater, equacionar e racionalizar as questões…, poderá evitar a fuga.
Se soubermos olhar em redor, analisar o que nos interessa mais, mesmo que nos doa, fugir para quê? Porquê?
Na fuga, sentimo-nos fracos, medrosos, e psicologicamente debilitados. A fuga é o tempo que medeia entre o real e óbvio e a ilusão de esconder o nosso ser num qualquer buraco da natureza, esperando que tudo passe ao lado. A fuga não resolve, não ajuda…. talvez nos engane, porque fugindo, carregamos a culpa, o sentimento mau de que não somos capazes, seja de que for que fujamos…. a fuga, só poderá ser o “ganhar” tempo, esperar que os elementos da natureza se conjuguem a nosso favor…. ilusão, se fugimos, nada conseguimos.
Salvar a vida fugindo? Com certeza, nada de mais correcto.
Agora querer salvar o corpo, a alma, a dignidade, o amor…. fugindo?. Não!. Não!.
Não adianta fugir, pois tudo vai no nosso encalço e nos atormentará, estará presente, e nos colocará questões.
Se estivermos a fugir mentalmente, escudando-nos num sem-fim de esquemas esquivos, não acertivos…, assobiando para o ar, olhando para o lado…, estaremos fugir de nós mesmos, da nossa realidade, do nosso ser, da nossa felicidade.
Fugir de nós, fugir do coração, fugir do futuro, escondendo-nos atrás de paliçadas de vento, na esperança de passarmos incólumes…. é a pior das fugas, é a precipitação do futuro, é a conquista do malquerer, é não gostar de nós mesmos!!!.
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1 comentário:
Otimo, muito bom.Fugir não resolve nada.Gostei do seu raciocínio.Permita-me dizer-lhe o seguinte:Uma parada para pensar, as vezes se faz necessário e nos não podemos prever o tempo que isso leva.Calma vc não esta fugindo, mas sua ansiedade pode atopelar o processo...BRISA.
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