Das sensações sentidas, das
No meu caminhar, com toques fugidios, qual vergonha desgostosa, de mal entendidos e incompreendidos, eu senti como o amor nos fazia falar, olhar, gostar, desejar.
Na alegria de uma ida, na ânsia de voltar a ver o que nos é querido, ficava sempre a tristeza de sentir que quanto mais depressa a ida se fazia, mais cedo a vinda chegaria com tristeza sentida. Mas sempre corri, nunca desisti!!!.
Naquelas praias de areia dourada, sob um vento norte forte, frio, nos aconchegamos num abraço sentido sob o improviso de uma capa feita de roupa nossa, amamos!.
Só nos olhos nos víamos, e nas mãos tocadas nos sentíamos, mas assim queríamos, e
de beijo em beijo, mais parecendo roubados que dados, o amor crescia, os olhos sorriam, com a vontade, um desejo imenso percorria os corpos trementes, como querendo proteger dos olhares invejosos de quem por nós passava.
Só de imaginar o abraço, o beijo dado, de tal forma absorvidos estávamos, que não reparamos na onda forte que ameaçadora, que prometia derrubarmo-nos, num impulso que os nossos joelhos suportaram.
Naquelas areias, cantávamos, abraçávamo-nos, e os pés refrescamos nas ondas rasas que até nós subiam, o amor batia, o querer fazia, o desejo ficava, num turbilhão de espuma suave que nossos pés beijavam e, todas as sensações são permitidas, já que o amor é a soma de sentimentos incontrolados que, sem o sabermos como, brotam, jorram, sem que possamos explicar, recusar, combater e, somente.... aceitar.
O céu descia, trazia o Olimpo até nós, fazendo com que nos sentíssemos deuses menores num cenário divino, onde nem parecia ser necessário respirar, só amar!.
Recordo a canção “JARDINS PROIBIDOS” de Paulo Gonzo, que cantei sob os acordes de uma viola afinada, e superiormente tocada, que se tornou o meu hino de amor, que ainda hoje canto, embora de quadras perdidas eu esteja farto e, num abanar de corpos, num estribilho uníssono, desafinado talvez, esses jardins proibidos encheram nossos corações sofridos, gritando o desespero de não serem compreendidos, já que amados eram, desejados foram todos esses sentidos.
No quatro dia de uma vigília diurna, seguida a preceito, como num concerto meticulosamente preparado, em que os actores éramos nós, vivi os tempos da memória do amor querido, que não recusado, onde as lágrimas derramadas, mais que de tristeza, eram de alegria pelo palpitar de dois corações batidos, unidos pela força do querer vencer a dor, e a incompreensão de gente que pensando que são juízes em causa alheia, opinam e matam a felicidade que talvez eles nunca tenham experimentado.
O tempo é de reflexão, interiorização, e assim rezei numa celebração dominical, que ainda hoje recordo pela envolvente de gente muito especial que ali, naquela hora celebravam o nascimento da sua fundadora.
Esse tempo, a que chamo tempo do amor, recordo hoje numa mágoa profunda, que guardo religiosamente em meu peito como se de um tesouro (que é!!!!) se trate.
Esses tempos que a memória faz perdurar, poderei eu esquecer?
“Aquilo que a memória ama, fica eterno!!!”
Eu sou Homem-amor, assim vou continuar a ser!!!!.
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