Num frenesim escusado
Contra vontade, vencido.
Meu corpo estremece,
Músculo retesado
De tanto sofrimento.
Caminhar penado…
Na saudade d'um exilado!
Angustia provocada, sem fim,
Em sentimentos bruscos
Pela luta sofrida em mim,
Violenta quebra, quase mata
Paixão vivida sem regra,
Cega talvez, mas afim…!!!
Pelo meu grito em silêncio,
Berro, num deserto-amor
Que no meu peito ferve,
Com Violência ardor.
Ser alquimista, queria
Em causa própria, admito,
Num sonho luxuriante
Projectar amor querido,
Realidade vivida não errante
Este amor, esta vivo….
Ausente em parte incerta,
Eu grito, berro…. como exilado...
Amor é coisa certa!
Toco teus lábios,
No teu peito deslizo
Num abraço companheiro
Transformo, materializo
Este amor, em coisa sólida
Desgosto profundo escondo,
Uma amargura infinita
Que queima as entranhas,
Derrete o coração por inteiro
Nesta tortura e desdita.
Me provoca dores, angústias
Este fogo ardente, temente, grita…
Ausente em parte incerta,
Amor é coisa certa!
Eu não quis, não escolhi primeiro,
O caminho torto ou direito
Escolha tua, não optei.
Das voltas da vida não falo,
Te respeitar o passo saberei
Já que não sou escutado, sei.
Das vizinhanças que se acercam,
Perigos maus vigiam, teu sono alerta
Procurando entrar pela frincha
Da tua pequena porta aberta.
E não vale tudo nesta vida,
Para que tudo ou nada se tenha.
Quando nada do tudo querido
Nos enche a alma vendida.
Nos faz a vida deserta
De amores fugazes preenchido.
Há! Meu amor, onde estás?
Ausente em parte incerta,
Amor é coisa certa!
1 comentário:
"...E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente.Apenas nos iludimos julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros.Comingo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram,todos os dias felizes que se apagaram.Não perdi nada, apenas a ilusão que tudo podia ser meu para sempre." BRISA.
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