Quando As Palavras Matam.

Sim. As palavras matam, mas de forma mais cruel, é que continuamos a caminhar, falar, e ..... estamos "mortos" na alma, no coração.

Sempre as proferimos, e só as medimos depois de não mais as podermos engolir.

Elas magoam, penetram fundo no nosso intimo, fazem sangrar aos sentirmo-nos trespassados pela agudeza do seu significado.

Por vezes será preferível um acto físico a uma palavra maldita, a um pensamento insultuoso, mas as emoções são o nosso maior inimigo. Se somos emotivos tanto pior, porque a sensatez fica arredia.

Se imaginássemos os ferimentos que uma palavra pode provocar, tenho a certeza que nunca as proferíamos, ou então se pudéssemos engoli-las, andaríamos de estômago cheio, fartos de um "alimento" mal cheiroso e indigesto.

Contudo devemos fazer um esforço para perceber o contexto das nossas palavras, o meio ambiente em que são proferidas, o stress que elas possam representar.

Se alguém profere uma(s) palavra(s) num contexto calmo, pacifico, pausadamente, e de forma calculada, podemos dar-lhe toda a carga negativa do seu sentido, e considerar a ofensa um facto indesmentível, porque são pensadas e proferidas de forma a serem bem entendidas.

Se por outro lado, essa(s) palavra(s), são proferidas num contexto de stress, ou emotvidade, não deveremos dar-lhe o sentido que elas parecem ter, pois não têm o carácter agressivo e ofensivo que parecem quer ter.

Provavelmente, essas palavras são mais um grito de desespero, como querendo ajuda, pedindo ajuda ou compreensão. Normalmente são proferidas em tom mais alto, e agressivo, mas soa a falso, porque não passam de um momento de fraqueza, de fragilidade intelectual, e essas palavras são a "força" dos fracos.

Tenho a consciência, eu próprio, de que por vezes (se calhar mais do que devia!!!) proferir palavras que não correspondem ao meu sentimento em relação para quem as profiro. Sei que sou emotivo, não sou de ofender, nem por hábito nem por cultura, mas reconheço que por vezes sou frágil, intelectualmente frágil, e descambo para a palavra solta, o pensamento doente, e posso ofender, mas sem intimimamente o querer fazer....., sou emotivo, carrego um stress enorme, e vivo a responsabilidade de uma empresa em dificuldades, e tenho a tendência crónica para para ser imprudente, reconheço facilmente esse defeito.

Para concluir, diria, que quase sempre, melhor, sempre me arrependo das palavras e pensamentos malditos, e tantas vezes tentei engolir as palavras, fazer regredir o tempo para poder impedir de as proferir.

Era tão bom que pudéssemos engolir as palavras mal-amadas, malditas, e que no meu caso são geralmente reflexo de stress, e nunca uma intenção verdadeira de ofender.