Uma Musa, Um Amor..... Inesquecivel, Beatriz!!!!

Na Candura de teu olhar, eu encontro o meu norte, o meu zenith.
Tens a força da maré viva, da onda alterosa, na tua simplicidade espelhada, da tua vida regrada.
Na tua força condensada, de dignidade e sentimento, encontro o porto de refúgio que me alimenta a alma, me faz sentir a vibração cardíaca no seu ponto alto.
De tua fé inquebrantavel, de teu exemplo, de teus desígnios, eu me orgulho, porque neles encontro a força para as minhas fraquezas.
Teus cabelos, Beatriz, arrumados umas vezes, e noutras desalinhados, escorreitos, caídos sobre teus ombros meigos, fazem de ti a obra do criador, onde me deleito curtindo teu afago, o teu colo. Tuas mãos sapudas, curtas, mas quentes, aveludadas que nem cetim, percorrem meu corpo, como querendo adivinhar suas mas formações...... curiosas essas mãos, deslizam, acariciam o amor que em mim reside. O arrepio é constante, a doçura do teu olhar me aquece o coração.
Ah! esses olhos cor-azeitona, brilhantes de alegria com o meu olhar, e no meu tocar.

Tua pele branca, sedosa, aveludada, de toque suave, que me acalma no meu coração sangrado, que percorro saciado.
Que saudades Beatriz, que saudades.
Num abraço me perco, num olhar me embebedo, num afago me deixo cair, de joelhos a teus pés.... Te amo Beatriz!.
Teu andar, rápido, seguro, directo, aponta a direcção do caminho que quero recto em direcção ao teu coração. Tenho pressa de amar, quero ver sorrir esse teu olhar cor-de-azeitona, sentir esses cabelos me cegar, enquanto te estou a beijar, Beatriz meu amor.
Teu corpo esbelto, ondulante no teu caminhar, faz de mim um pedinte, um carente de tua esmola de amor.Te amo Beatriz.
Oh! Beatriz, doce bom, que afago incansavelmente, minha doce preocupação.... onde estas?
Quando em teu peito me encosto, sentindo o teu palpitar, sinto a força de amor transbordar em meu coração. Como gostava te levar pelos céus adentro, no dorso de um cavalo branco alado,voando por cima de todos os outros, gritando aos ventos...... Te amo Beatriz.
Farei de ti a minha rainha, convertendo-me no teu servo, onde a lei é o amor, a paixão e o bem-querer. Tu serás o mel, tu serás o meu quente e frio, tu serás o meu aconchego nas noites de trovoada, de tempestade acabada.
Te amo Beatriz.
Quando no teu peito descanso, olhando teus lábios cor de romã, sinto um desejo enorme de te beijar, ate o ar me faltar.... como gostaria morrer te beijando, arfando de tanto beijar.
De cintura curta, cintada por um braço só, de lábios rosados, colados num sufoco em que só o amor salva.... oh! Beatriz, como te amo.

Quando por birra, me chamas de mauzão, sinto na tua face o calor, de um coração bom, justo e fraterno, que eu tanto tento guardar para mim. Abraça-me Beatriz, sufoca-me com um xi-coração.

Tenho-te no coração, pensamento, e vivência diária, e és uma obsseção doce, que me dá força para viver, mais parecendo que me encontro sem te ver, somente sentindo o teu bater.

Te acompanho, cuido e protejo, e gostaria de ser omni-presente, mas sinto que não o podendo fazer fisicamente, o sou presente pelo coração, e pela mente.

Conserva a tua frescura, o teu saber, o teu sorriso, o teu amar, e esse olhar quente, brilhante, afogado nesses cabelos longos emaranhados, onde sobressai teus lábios rosados, sedentos de um beijo abafado, pelo desejo de um coração amado.

Te amo Beatriz. Te amo.

Mil anos que eu viva, te amarei..... Beatriz!!!.

(texto de Antonio Ferreira)

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Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos
Como um divino vinho de Falerno
Poisando em ti o meu olhar eterno
Como poisam as folhas sobre os lagos...

Os meus sonhos agora são mais vagos
O teu olhar em mim, hoje é mais terno...
E a Vida já não é o rubro inferno
Todo fantasmas tristes e presságios!

A Vida, meu amor, quero vivê-la!
Na mesma taça erguida em tuas mãos,
Bocas unidas hemos de bebê-la!

Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...
Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?...
O mundo, Amor!...As nossas bocas juntas!...

(Florbela Espanca)