Conselhos em Causa Alheia.... É Como "Pimenta na Bunda dos Outros, é Refresco"

Nota Importante:
O que abaixo escrevo, não tem o objectivo de ofender, ou desconsiderar quem me ajuda, me aconselha, e que o faz com propositos altruistas, assente na soliriedade, e companheirismo. O que abaixo escrevo, tem como finalidade desmacarar a imposturice inconsciente ou não, talvez assente na inveja e falta de auto estima de muitos que nao sendo eles próprios felizes, tentam que a sua infelicidade não seja a unica, para assim não se sentirem sós.

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Pois, é isso.

Conselhos, o mesmo que opinião, tomar partido, opinar, falar nem que seja só para ficar bem no parecer quem somos.

Conselhos, aquilo que se dá sem que sequer nos seja pedido, aquilo que geralmente não nos faz falta. Conselhos, é o que mais temos para dar, são de borla, são grátis.

Conselhos sobre isto, conselhos sobre aquilo, opinar sobre tudo, ter ideia bem "formada" sempre.

Só os "amigos" aconselham, sim, só os amigos.

É fácil, é barato, e não dá milhões, não...... o que dá é confusões.

Aconselhar alguém, sem conhecer os factos de que se revestem o assunto aconselhado, só por sensibilidade, por dedução, é quase como que vender a banha da cobra.

Depende do que se aconselha, do assunto em causa, da sensibilidade publica para um dado assunto.... mas diria que um conselho só é válido se.....

-For dado livre de tabus, preconceitos, ou ideias pré-concebidas.

-Estiver assente no conhecimento dos factos.

-Se a pessoa opinante é de facto alguém com a qualidade superior para imitir um conselho.

-Se essa mesma pessoa, ela própria não precisa de conselhos, se calhar mais do que a quem os dá.

-Se a vida dela também não precisa de conselhos.

Porquê dar aquilo que nos faz falta???

É tão fácil aconselhar, é bonito, é solidário, é........ porra meter-se na vida dos outros!!!!!.

É clássico, o que dá conselhos é geralmente um amigão, mas pode estar enganado.

Para mim, dar conselho, é algo que como opinar sobre a vida ou a morte.

Eu só dou conselho sobre aquilo que é físico, material, como por exemplo, sobre factos que não sejam do for intimo de cada um, dos afectos de cada um, ou seja sobre o que vejo, e não sobre o que não vejo.

Opinar, dar conselho sobre os meus afectos, sobre os afectos dos outros, é preconceito barato, balofo, estúpido e inútil. É um acto ignóbil de hipocrisia moral.

Posso aconselhar alguém a tal como: "não atravesses aí, porque pode acontecer isto ou aquilo"; ou "se fosse eu faria assim neste caso", etc.

Agora opinar, aconselhar sobre assuntos do coração, porra, é demais.

Ninguém conhece os desígnios do coração. Os mesmos sentimentos sobre algo podem não ser validos (não são mesmo!!!) para outra pessoa, podem estar bem numa pessoa, e podem estar mal numa outra.

Opinar, aconselhar sobre assuntos do coração é falar do que não se sente, é falar do que não se vive, é falar dos anseios que se não tem.

Todos os corações encontram razoes diferentes para um mesmo sentimento, não há uma regra geral. Porque a tendência de se imiscuírem nesses assuntos??

Eu não opino sobre o divorcio....

Eu não opino sobre o suicídio....

Eu não opino sobre o homicídio...

Eu não opino sobre a violência domestica....

Porquê??

Porque não vivo obcecado por parecer bem, parecer ser um ser evoluído, esclarecido, e passar a mensagem que sou um "civilizado".

Eu para estes assuntos, deixo a razão de cada um, e não aconselho, não opino, e, se o fizesse correria o risco de nunca mais ficar calado, já que os assuntos são mais que muitos.

Dar conselhos, acto gratuito de dador, gesto ignorante e aparentemente altruísta do dador.

Será que aquele que dá conselhos é oportunista? Será que aquele que dá conselhos está a tentar comprar a simpatia, quiçá a amizade do outro, que no momento pode estar carente, fragilizado a troco de uma qualquer tagarelice? Seguramente.

Quem sabe dar conselhos sobre divórcios?? Quem opina? quem sabe das razoes dos divorciados? Ninguém, só eles mesmo.

Costuma até dizer-se que .... "entre marido e mulher, não se mete a colher".

Quem sabe dar conselhos sobre o suicídio? quem entende disso? Quem pode saber o que vai na cabeça de alguém que se suicida? Ninguém, e, se o fizer seguramente esta a inventar, esta a ser mal intencionado.

Só o suicida sabe, só ele sente a "razão" do seu acto.

Quem tem conselhos para dar sobre homicidas? Quem?

Dar conselhos, opinar sobre isso é tagarelar, é fazer ruído, porque ninguém sabe das emoções que geram uma violência dessas. Pobres das vitimas!!!.

Não entendo nos homicidas, tal como nos suicidas que seja fácil dar conselhos, opinar, bla,bla,bla....

É complexo, é do sentimento mais profundo do ser humano, das sua contradições que estamos a falar.

Opinar sobre violência domestica, fácil, moderno, e fica-nos bem, sim senhor....

Coitados deles, olha para eles a falarem do que não sabem, do que se passa intra-muros, e é comum, muito vulgar ouvir-se dizer...... " ...se fosse comigo...." ; " ..... se fosse eu, eu faria isto, aquilo e acoloutro....", está bem está, se calhar não fazia mesmo nada.

Nós estamos a falar de violência nas suas formas mais diversas, e com reminiscências profundas em cada um de nós.

Podemos lamentar, podemos estar(devemos, digo!!!) solidários com o sofrimento, podemos dar calor humano às vitimas, mas aconselhar , dar conselhos? Porra, não, não.

Os conselhos nestes domínios é um acto abstracto da mais pura ignorância, é um gesto anafalbeto.

Nestes assuntos, só devemos pugnar para que eles não aconteçam, quer pela formação do individuo, quer pela justiça da sociedade, e se calhar ao darmos conselhos estaremos nós próprios a contribuir para esta violência.

Eu dou conselhos se mos pedem, como disse, só sobre coisas em que não entrem os afectos.. mas se estiverem em causa sentimentos, relações pessoais, como posso julgar e emitir um conselho se não estou presente na razão que leva o coração a sentir, pensar, agir de uma dada forma?

Como posso dar conselhos, ou fazer partilha do que quer que seja, se na génese de um sentimento está muitas vezes uma razão incompreendida pelos demais?

Como posso partilhar o amor que sinto em meu peito, se na sua origem estão anseios com dezenas de anos, que só eu domino? Quem me pode aconselhar sobre mim mesmo, senão eu próprio?

O que é bom para mim, pode não ser necessariamente bom para o outro, mas nas coisas dos afectos, dos sentimentos, há sempre a partilha a dois, que só os dois sentem das suas razoes, e que conselhos dar nestas circunstancias?

Quem está por fora diz-se " .... racha lenha", o que quer dizer fala do que não sabe, ou sente..... as razoes do coração, as razoes dos sonhos de cada um, a razão do ..... AMOR!

Gosto de receber e dar conselhos sim, mas a quem os peço eu exijo inteligência, exijo imparcialidade, ou seja, que esses conselhos não venham carregados de conservadorismo com cheiro a mofo, ou tabus, ou frustrações,quiçá inveja e mal dizer.

Mas nunca peço conselhos sobre o coração, porque o coração é rebelde, faz o que quer, e tem regras e motivos que só ele sabe, porque só ele guarda os anseios de amor, felicidade que reserva para o seu dono. O amor é cego, não escolhe idades, é uma força que brota sem controlo..... só sabemos que amamos, e pronto, queremos ser felizes e pronto..... e falam-me de conselhos sobre isto? de partilhar?

Porra!!!!! basta.

Eu o mais que poderei fazer, se estou apaixonado, se amo, e estarei incumprindo "normas sociais" com sabor a mofo, retrogradas, será mostrar, desafiando alguém de que me mostre como poderei ser feliz, se não fizer a vontade do meu coração.

Poderei partilhar sim, mas partilhar a alegria de amar, e ser amado, sejam quais forem as vissicitudes pelas quais passa a minha paixao.

Pedir conselho sobre este assunto é o mesmo que pedir a .... LUA!

Se partilhamos algo e obtemos um conselho é a fraude que está a caminho. Seguramente o coração sai prejudicado.

Eu só partilho o amor, e não quero conselhos para ele, porque o amor não precisa de conselhos de gente que provavelmente nunca amou ou foi amada.

Não ao conselho, porque nunca devemos dar aquilo que nos faz falta.

Atrás de um concelho, está a pior das manipulações, sabem porquê?

Porque um conselho é geralmente o reflexo acumulado de frustrações, inibições e regras adquiridas por gente reprimida milernarmente..... de resto, são como diria o outro...... balelas, balelas, balelas.

Sejam felizes, não estorvem quem o quer ser, não critiquem os caminhos seguidos se esses forem o caminho do amor..!!!!

Ter opiniões é estar vendido. Não ter opiniões é ser livre... Ter todas as opiniões é ser poeta!
Fernando Pessoa

Nota: O meu raciocinio acima exposto, nada teem a ver com os gestos de soliriedade nos momentos do desgosto, que aliás são de utilidade indiscutivel.

Nesses momentos de dôr, de amor destruido, é bom partilhar, é bom ouvir, porque aí não estamos a interferir, ou melhor, desviar, manipular, alterar o sentido das coisas, mas sim a aliviar a pressão que o amor perdido inflige, e para isso até nem será preciso falar, ou opinar, mas talvez um abraço sentido, uma palmada nas costas bastem para que a dôr seja atenuada. Isso é um gesto de amor, isso é compreensão.