Num momento de vendaval nos corações amados!.
De cheirosas flores, braçadas te dei, rosas pois não…
Com abraços perdidos, beijos roubados, então…
Num sonho de mil noites vividas, corpos suados,
Numa esperança contra morte de amor anunciada,
Luto, resisto, como rocha fendida á pressão!.
Não serei o teu mal, porque de sonhos vivo,
Eu existo, me mordisco e dói, olho no espelho e sorrio…
Uma vontade indómita de te ter, num grito esperançado!.
Fiz de mim amor, por ti em ardor, num momento que tal,
Da euforia vivida, paixão exacerbada, na verdade gritada.
Eu sou como vento, que por ti passa na tua face toca,
Refresca, e aligeira o sentimento no teu corpo dócil,
Num chamamento, em voo pleno, rasante,
Em meus pensamentos, tu és minha num instante!.
Corri montes, ruas e vielas, para te encontrar,
Por vezes nas carências da vida presa em ti…
Feita dor, e sofrimento, em cautelas, me esforcei,
Correrias tontas, quase morri em curva mansa que não dei,
De tudo faria, repetia, e mais que daria, sem dor negar.
Eu fui, eu sou o vento que as tuas janelas abri de par em par.
Pelas fraldas da estrela serra magnifica,
Pelos caminhos da cereja, em Fundão quente,
Eu fui sempre a rajada, o vento amado.
Eu fui sorte, que quis e tu mereceste,
Nos Fóruns das terras de Viriato partilhei,
Tuas alegrias, risos e venturas em feiras ditas Mateus…
De Mimis, sentidas noites em calor, os sentimentos,
Refrescados num abraço chegado aos olhos meus!.
Pelas Gafanhas vento do norte, em areias douradas, quentes,
Queridas, desejadas, ardentes, eu sou vento, eu sou a rajada
Que beijou, amou, loucura, desejo, à mistura com brisa do mar.
Na lembrança do doce sentir o cheiro da areia molhada
Sob o sol que nossa pele esquenta, ardiume, fogo que amor alimenta.
Nas noites de Salgueiros, varridas a ventanias norte,
Brotaram em mim desejos consortes, de frescas imoladas sortes,
Numa ausência que faço dor, na indiferença que não tem cor
Eu existo, porque sou o vento que passou e te envolveu, ficou…
Numa rajada quente, que amor varreu, meu beijo aconteceu
Fechas as janelas outrora abertas do coração carente teu
Se amor fala, das tuas entranhas sai, porque calas o sofrer
Se o vento que sou, vai e volta a ser…!!!?.
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