Nessas Areias Distantes.....

Tenho a sensação do gosto que o amor deixou
A saudade de momentos bons que vivi
Das flores que não murcharam, que ofereci
Às correrias loucas por ti, em cego movimento
Num desejo bom de vencer o tempo que se entrepõe
Para te viver muito num só momento, que eterno quero.

Há! dor maldosa, que me matas o sonho
Não deixas que eu sinta o amor-paixão
Se fui feliz, se vivi pois então, porque não
Lutar pelo que é bom de amar, mesmo desejar
Porque me martirizas dor, meu pobre coração?

As horas passam, mais parecendo dias
Os dias morrem mais parecendo anos…
Numa caminhada peregrina sem destino visto
E eu aqui, prostrado esperando quebrar o encanto
Mergulhado no que quero longe, dor má, vai…
Talvez eu seja insano…, talvez eu seja um engano.

Num esforço piramidal, talvez geométrico
Como quem sobe em espiral o tom zonzo
Da paixão que não tem forma, volume sim
Eu peço ao vento que roçando a face tua
Numa esquina em gizé, no meio do pó até
Te entregue um “beijo” meu, mandado
Pelo amigo vento, como voo no pensamento
Que num deserto de afectos, vivo eu faz tempo.

Nestes choros muitos, que molham a face
Por meio ao húmido tempo que vivo
Encontro em cada lágrima vertida
O brilho, qual cristal da boémia achado
Onde vislumbro teu rosto franzino,
Sorrindo como que desdenhando
Da dor alheia, por amores perdidos…
Que nem o sol aquece, a pele deste amargurado
Que sonhando, inventa o amor calado.

Oh! Areias, do deserto imenso
Em tua cor amarelada me banho,
Converso e falo o meu desencanto
Tendo como companhia o vento,
O sol, e o sofrimento,
Nas marcas de um caminhar em ti,
Por um ser bom, neste momento,
Guarda tu, deserto, o segredo que te confesso
O amor que tu tens, que por ti passa,
Que é meu, sem que mo devolvas
Oh! Tormento, oh! Lamento,
Eu não sei como, manter este amor sedento
Pois faz tempo, que o deserto tomou o que
Tenho certo……..o amor eterno!!!.
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Original de Antonio Ferreira