Não viverei sempre, mas serei eu,
Que no amor serei imortal, sempre teu.
Nele me dei, pelo ventre, não doeu...
Não me importa onde, como, se fui feliz,
Não quero saber de mim, mas de ti..., Beatriz..
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Se estás no colo, no afago carrasco,
Do meu amor bom, longe estás,
Se me deste ou não dás,
Se eu amo, que diferença faz,
O que ninguém mais amou,
Num gesto, num toque, num sorriso
Na cumplicidade d'uma paixão
Que não morre, teimosa que ela é,
Te espero, nos milénios próximos
Sejam eles centenas ou milhares,
Pois mesmo que eu tenha saído,
Do teu jardim florido, que bem cuidei,
Como jardineiro enlouquecido,
E meu corpo tiver morrido,
Velarei, te amarei com a força do trovão
No éden, no paraíso, no meio de anjos
Ou não seja eu um homem sofrido.
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Lembro o quentinho, do teu doce querer,
Lembro quantas vezes,
Meus braços foram a ancora,
O porto abrigo das dores,
Das tempestades que te assolavam,
Foi amor, foi dávida, foi celestial o amor nosso,
Foi aquilo que quiseste, aquilo que desejei
Foi amor foi, tantas as vezes que quiseste
E de mim fizeste o teu mundo, me dei!!!
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O teu mundo, agreste,
Esbatido num gesto meu,
Num acto bom, sincero,
No colo, no peito meigo d'um homem
Qual morfeu, te acolheu e deu
O que nunca tiveste.... amor meu!.
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Lembrarei sempre, tal como te espero
Chorarei a desdita, que não mereço mas aceito,
Sem me importar se me esgoto,
Pois tenho em meu peito o sabor
O ardor a ti, a memória feliz
Do que fiz, e tanto gosto.
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E depois de ti..., virá o tempo que me dirá...
Que nada, mesmo nada será igual,
Pois mesmo que doa, mesmo que sangre,
O corpo ceda..., o coração trema na emoção
Os olhos turvem pelo choro amargo,
A cabeça fique zonza de cansaço...
Eu serei teu pelo coração,
Todas a noites num abraço.
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Viverei o sonho, não serei cruel
Juntarei a memória ao que quero fiel,
Verei as coisas que me fizeram amado
Viajarei no tempo passado
Como se teu amor que em mim está
Fosse a máquina do tempo,
Pela qual viajo aos tempos de paz,
Na degustação d'um beijo, do gesto,
Glusarei a felicidade que vivi
Na luta, no corpo, no afago,
Que me deste, mesmo que sinta
Que longe estás, em braços estranhos
Por esse "Mundo" amando
Como se tudo que amo ainda comigo está,
Que não apago..., e me fazes sentir
tão amado...., que gritarei...
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Mil anos que viva...
Mil anos te amarei!!!.... Mulher!!!.
Beatriz teu nome amor,
Sê Feliz!!!!.
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(Prosa Original de António Ferreira)