E, quando fui dormir,
Vergado sob o desejo mórbido,
Querer sentir-te perto,
Dormi só….
Acompanhado de um sonho,
Fez minha pele “galinha”
Arrepiado pelo toque,
De ti em alma minha….
Feito pássaro amar,
Vergado sobre o prazer
Do alto do meu ser
De ponta em riste…, erectus,
Gritar ao mundo,
Tudo eu queria ter, e,
Em ti, fazer...
Eu iria pelo ar,
Contra ventos e marés
Te procurando inventar
Recriar, penetrar
Colher tempestades,
Procurar teu colo,
Na minha ânsia de amar,
Tocaria em tua porta
Batia bem devagar,
Entrando nela,
Bem de mansinho,
Sem que tu dês conta,
Não fosses tu acordar
Do sonho de que és feita….amar!!!
Sentir verter de mim, como um destino,
O amor na forma líquida desejada
Mesmo que espremido, sofrido,
Tentado, repetido solta-se o grito,
Sinto-me desmaiar…, sob um gemido.
E tu ali, alva de brancura
De olho azul cheio,
Insaciável de morrer
Insistias, insistias
Por tua entranha querer
Ver-me derreter pelo amor
O que faz o teu sonho
Nas carícias todas em ti fazer
Pois pelo sonho, é bom perder o tino.
Não quero acordar…quero viver,
Pelos Olímpos correr,
E, antes que a noite se acabe,
Deixa que eu vagueie,
Que os sentimentos vençam,
Na noite mansa, o sonho avança
Com seu manto de cor escura,
De veludo do escuro vestida,
Nos cubra na esperança…
Em te acariciar…, tocar...
Tudo, tudo...
O que me quisesses fazer e ter!
E, eu ali no meu sonhar….
Me deixar pelo amor…, vencer!
E, então sim,
Cansado, esgotado pelo arfar…
Acordar!!!!
(Prosa Original Antonio Ferreira)