Dôr no estado liquido,
Que pela face esquentada, rolam...!!!
Na noite fechada, calada,
Em meu rosto, deserto de vida
São d'orvalho dorido
Rolam gotas..., rolam mágoas,
São lágrimas...!!!
d'Amor, pelo sofrimento vivido.
Na sede que martiriza
A garganta minha,
Sensação estranha que me sufoca,
Nas noites de insónia por ti vividas,
Sinto a vontade de te beber,
De me afogar pelas lágrimas
d'Amor, que por ti broto
Na esperança tola
No consolo, na amargura
d'Um amor perdido
Agora vertido, d'alma minha
Em estado liquido num grito...!!!
Amor bom, nunca vencido!!!.
Que teimam soltarem-se
Sois a minha seiva, expressão,
Exaustão, tormento,
d'Amor imortal, num lamento...
Há solidão..., doença ruim
Em mim se vem instalando,
Que me fazes soçobrar, vergar,
Mas não quero,
Mesmo que as lágrimas
Venham a secar,
Deixar de chorar!!!.
No pensamento bom,
Na visão de momentos felizes
Na ilusão do eterno amor... oh! dôr...
Me matas o sentimento, o coração... neste corpo
Neste ser nunca vencido.
Lágrimas, porque teimais,
Porque insistis
Não sabeis vós
Oh! lágrimas que refrescais face esquentada
Me toldam a visão que quero aguda...
Não me tortureis porque de bem amar
Não quero deixar as lágrimas secar.
No momento de solidão deitado
Olho o tecto do meu quarto
Numa tentativa vã de suster
Esse rio de lágrimas rebeldes,
Penso o amor, penso o que vivi
Vejo o filme d'uma vida...
No meio a uma angústia,
das canseiras, dos afagos,
Dos cuidados dados,
Da paixão que em ti senti
Por vezes esboço o sorriso feliz
Do beijo em ti dado, Beatriz!!!.
Fecho os olhos, sinto teu sussurro,
Que meus ouvidos parecem ouvir
Rolo na cama, procuro encontrar-te
queria beijar-te, abraçar-te
E Tu onde estás...?!
Não..., ilusão minha, não estás!
Só as lágrimas me apraz
Sentir o amor que sangrando
Correm minha face abaixo
Esta torrente, esta humidade
Que só o amor liquido me faz
Como querendo sulcar
A face magoada, torturada
Da dôr sentida, lágrimas amigas,
Minhas companheiras solidárias
Só vós não me deixais,
Só vós cuidam dos meus "ais".
Lágrimas tolas, não me escutais??!!!
Parem, não vos quero mais...
O amor está em mim,
E vós não deixais
Que eu viva, eu sinta, eu vibre
Pois mais parece que quereis
Que me afogue em meus suspiros "ais"
Lágrimas....
Porque não me deixais?
(Prosa original de António Ferreira)
1 comentário:
Meu amigo,
eu sabia, que a magia das palavras estavam em teu coração; escrever o amor é também escrever as angustias que muitas vezes este amor nos traz!!!
bjus!
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