Aos quinze do mês primaveril,
Comemoro meus sentidos, eu vivo
Sentimentos alegrias …
E, tristezas pelas quais sofro…
Por vezes choro, o tempo ido!!.
São tantos esses dias,
Que diria, penso anos,
Não sei se peno…se me arrasto,
Se me abandono, mas…
São muitas as dores,
Muitos os enganos.
Olho para traz,
Olho para o futuro,
Vivo o presente,
Sempre sonhando…,
Nestes dias sorrio,
Noutros …
Tão ausente ando!!!.
Lembro presentes recebidos,
Os votos, palavras de circunstância,
Os olhos brilharem na festança…
Por momentos…, eu tão criança!!!.
Lembro anos atrás,
O rio era maior(*) que nada,
Era noite, balões aos montes,
Pelo salão decorado a gosto,
Eu vi gente agitada,
As surpresas das crianças,
Com nome de flores lindas,
Das margaridas às sofias…
Por meio a bolos caseiros,
Mergulhados em música,
Eu dancei, lambuzei…. devorei-os!!!.
Todos nós mimados
Pelos abraços, beijos dados
Pelos votos, felicidade desejada.
Há…!!!, tão feliz fui,
Naquela sala, corações ao alto
O dia era festivo e…, minha a data
Nos olhos, no coração…
A minha solidão mata!!!.
Pelas estradas de Aveiro,
Matamos saudades nas praias da Gafanha,
Fizemos fotos, sorrimos…
Afinal o amor ganha!!!.
Perdidos as vezes, pelas estradas,
Ah!!! Nesta Figueira que também tem Foz,
Pelos areais e tais, entre beijos
Quase fatais…soltamos nossos ais!!!
Nós dois, nunca estivemos sós,
Éramos nós, mais parecendo um só,
Ao entardecer, o sol cair sobre o mar,
As mãos tremerem, a noite abafar
O estrondo, o desejo,
A ardência, a vontade,
De estar dentro de ti….e amar!!!!
Há tão feliz fui, nos meses primaveris
Aos quinze dias recordar,
Fechar os olhos,
Chorar...,
(Prosa Original Antonio Ferreira)